FISIOTERAPIA PÉLVICA: BENEFÍCIOS DURANTE A GRAVIDEZ E NO PÓS-PARTO



Ver a barriguinha crescendo mês a mês é algo que deixa toda futura mamãe feliz. E para ter uma gestação tranquila o corpo passa por uma série de transformações que vão muito além das alterações visíveis. Há ainda a readaptação do corpo, pois o útero cresce cerca de vinte vezes comparado ao seu tamanho original, pressionando os demais órgãos que estão ao seu redor.
Para suportar todas essas mudanças é necessário realizar exercícios de fortalecimento dos músculos específicos. Uma dessas atividades é a fisioterapia pélvica. “Também chamada de fisioterapia uroginecológica, ela previne e trata as alterações do assoalho pélvico – períneo – tanto de homens quanto de mulheres”, explica Mônica Lopes, fisioterapeuta uroginecológica da Clínica Salutaire e membro da Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher (ABRAFISM).
fisioterapia pélvica é de suma importância para prevenir as gestantes do prolapso genital, que corresponde à descida do útero e da vagina, popularmente conhecida como barriga caída, e de problemas como incontinência urinária, provocada por determinados esforços como tosse, espirro, riso, exercícios, entre outros. A prática auxilia também nos cuidados com as urge-incontinências – quando o desejo de urinar é intenso e a pessoa pode urinar no decorrer do caminho até o banheiro.
Outros benefícios são prevenir ou minimizar possíveis sequelas do parto, como formação de aderências cicatriciais e diástase (separação) dos músculos retos abdominais. No caso de parto vaginal, a fisioterapia preparar a musculatura perineal para o retorno da função sexual sem dor. Dra. Mônica completa: “Também previne e trata a incontinência fecal, algumas disfunções sexuais, como o vaginismo, a vulvodínia, constipação e a flacidez vaginal e da musculatura perineal.”
A especialista explica que, em gestantes, a fisioterapia pélvica é realizada por meio de exercícios de alongamento, fortalecimento e relaxamento da pelve e da musculatura perineal, que é o conjunto de músculos e ligamentos que se estende do início da vulva ao cóccix e circunda o clitóris, a uretra, o canal vaginal e o ânus.
“A bola suíça utilizada no pilates auxilia nos exercícios de quadril e na conscientização perineal, que também pode ser exercitado e alongado por meio do toque vaginal suave e indolor”, relata Dra. Mônica. “O American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) orienta que o início da fisioterapia deve ser autorizada pelo obstetra, a partir de doze semanas gestacionais”, acrescenta.
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Os exercícios fisioterapêuticos, além de promover inúmeros benefícios ao corpo, vão minimizar as consequências da gestação e do parto. Porém, a realização dos mesmos não determinará se a mãe terá maior possibilidade em realizar parto normal ou cesariana. “Nem sempre o parto transcorre conforme planejado pela mulher e seu obstetra. Deste modo, a via de parto ideal será aquela em que há segurança para a mãe e o filho”, orienta Dra. Mônica.
Depois do parto, a mulher que teve cesariana ou normal não só pode como deve voltar a fazer a fisioterapia pélvica. “No pós-parto, além de os exercícios perineais terem como objetivo a melhora da tonicidade dos músculos pélvicos, ainda fortalecem os músculos abdominais. É importante conscientizar as mulheres sobre a importância da continuidade dos exercícios iniciados durante a gestação, a fim de promover o retorno de suas funções, prevenindo sequelas da gestação ou do parto”, avalia Mônica.
A fisioterapeuta uroginecológica da Clínica Salutaire apresentou alguns equipamentos que são utilizados pela fisioterapia para maximizar o tratamento no pós-parto. Confira:
Biofeedback: aparelho que monitora a contração perineal e dos músculos sinérgicos – que se contraem junto do períneo -, auxiliando a lapidar o processo. De acordo com Dra. Mônica a paciente irá ver, através de gráficos e até de telas que mais parecem um vídeo-game, a sua contração que sempre deverá apresentar evolução.
Eletroestimulador: este aparelho estimula eletricamente os músculos a se contraírem. Totalmente indolor, o procedimento é indicado para as mulheres com flacidez ou pouca força perineal.
Cones: também conhecidos como pesos vaginais, são usados após avaliação perineal para saber qual será o peso adequado para cada paciente. Conforme evolui o tratamento, o cone colocado será cada vez mais pesado.
Por: Stefane Braga
Fonte: Vila Mulher

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