Os profissionais das áreas de saúde e educação, como fisioterapeutas, psicólogos, psiquiatras, terapeutas ocupacionais e pedagogos, utilizam o cão como reforçador, estimulador e facilitador da reabilitação e reeducação global do paciente.
A diferença da Cinoterapia em relação à Equitação com Fins Terapêuticos é o tipo de estímulo dado ao paciente. «O tratamento com cavalos baseia-se nos estímulos da movimentação pélvica dos pacientes, com o andar dos cavalos, e no equilíbrio para se manter em cima do animal. Já com os cães tentamos fazer com que as crianças e os idosos realizem os movimentos que haviam sido perdidos», ressalta Heverton.
História
A descoberta desta técnica ocorreu em 1953 no consultório de Boris Levinson, quando este percebeu que, com a presença do seu cão no consultório, os seus pacientes introvertidos perdiam todas as suas inibições e medos, o que favorecia a comunicação entre o psiquiatra e os seus pacientes. Deste modo, pode-se dizer que actualmente podemos desfrutar da Cinoterapia graças a Jingles.
Em 1989, Redefer e Goodman conduziram mesmo um estudo em que crianças com autismo interagiram com um cão terapeuta, tendo demonstrado um aumento significativo dos seus comportamentos pró-sociais (CPS).
Assim, hoje em dia, recorre-se com muita frequência à Cinoterapia para o tratamento de pessoas com necessidades diferentes e características específicas.
Objetivos
Recorre-se à Cinoterapia para possibilitar ao paciente uma complementação aos tratamentos alopáticos através do contacto com o animal. Através da Cinoterapia surgem aspectos que beneficiam em grande escala a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, pois esta técnica aumenta o estímulo social, melhora o estímulo moral e táctil e promove o bem-estar físico.
Portanto, esta terapia tem como objectivo ajudar os pacientes a realizar actividades lúdicas que estimulam o equilíbrio, a fala, a expressão de sentimentos, a imaginação e o autoconhecimento, utilizando o cão como um mediador de todo o processo.
Porquê o cão?
Qualquer raça pode ser um co-terapeuta, inclusive cães sem raça definida. No entanto, a excelência no temperamento e sociabilidade fizeram do Labrador e do Golden Retriever as raças ideais para estas actividades terapêuticas.
As características necessárias ao animal co-terapeuta são:
· Ser saudável;
· Ser treinado;
· Ser muito sociável;
· Interessar-se pelas pessoas;
· Não ser agressivo nem medroso;
· Não reagir à dor causada acidentalmente ou propositadamente.
Assim, o animal co-terapeuta é aquele que é calmo, tolerante, amigável, e interessado. Para que o trabalho tenha êxito, o cão também tem de gostar da interacção com os pacientes.
Deste modo, o cão é um óptimo co-terapeuta pois não dá atenção à idade ou à habilidade física das pessoas, sendo que aceita as pessoas como são, sem qualquer preconceito.
Tendo em conta estas características, o cão deve passar por cerca de 4 etapas antes de estar apto:
· Treino de obediência;
· Completo diagnóstico do veterinário;
· Teste de temperamento;
· Participação voluntária como “estagiário” em sessões de Terapia Assistida por Animais ou em programas de visitação.
Sendo que é educado para realizar tarefas que aumentem a autonomia e a funcionalidade de uma pessoa com deficiência, o cão de assistência pode especializar-se em:
· Cão-guia: auxilia pessoas com deficiência visual;
· Cão de alerta: avisa pessoas, por exemplo, com epilepsia, da proximidade da ocorrência de um ataque;
· Cão para surdos: indica fontes sonoras a pessoas com deficiências auditivas;
· Cão de serviço: ajuda pessoas com incapacidades motoras ou com problemas do foro psiquiátrico.
Como é que são as sessões de Cinoterapia?
Existem muitos exemplos de processos a que se recorre neste tipo de terapia, entre os quais:
· Acariciar o cão: este simples acto é calmante para o paciente;
· Escovar o cão: durante o processo de escovagem poderão ser trabalhados aspectos como o alongamento e a força muscular nos braços do paciente;
· Passear o cão: ao dar um pequeno passeio de trela com o animal, o paciente poderá trabalhar a sua marcha ou motivar-se para a reabilitação;
· Brincar com arcos: utilizam-se muitas vezes diversos utensílios e objectos de modo a ser possível trabalhar diversos aspectos e áreas;
· Utilizar objetivos coloridos: o terapeuta poderá recorrer a objetos com cor durante as sessões (escova, coleira, bola de brincar, arco, …), promovendo, assim, a percepção de cor e até mesmo das formas.
Vantagens da Cinoterapia
Com esta terapia, as pessoas com problemas «sentem-se mais empolgadas a realizar o tratamento, pois têm a noção de estar no comando, já que quem dá a ordem aos animais são elas, havendo uma diminuição da dor e um aumento da segurança», relata Heverton. Por outro lado, os benefícios evidentes a longo prazo são o facto de as pessoas se tornarem mais abertas e comunicativas.
Fonte: http://terapianimali.blogspot.com.br/2011/01/animais-terapeuticos-e-terapias.html