O fisioterapeuta pode atuar em primeiros socorros em várias situações como: afogamentos, choques elétricos, contusões, convulsões, desmaios, envenenamentos, ferimentos, hemorragias, introdução de corpos estranhos, mordedura de animais, parada cardíaca, parada respiratória, picada de insetos e mordedura de animais peçonhentos e queimaduras (BUONO NETO & BUONO, 2000; DELIBERATO, 2002).
Dados da Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde (2004) apontam a alta taxa de mortalidade no Brasil: por agressões 48.374 mortes, por armas de fogo 37.113 mortes, por acidentes automobilísticos 35.674 mortes, por suicídios 8.017 mortes e por quedas 6.617 mortes. Esses dados mostram a importância de um trabalho preventivo e uma pronta assistência em casos de acidentes. O profissional fisioterapeuta deveria estar inserido neste contexto, o que não corresponde a atual realidade.
Foi realizado um estudo epidemiológico descritivo retrospectivo, junto ao Corpo de Bombeiros na cidade de Goiânia. O projeto foi encaminhado juntamente com um oficio ao responsável pelo Corpo de Bombeiros, solicitando acesso aos prontuários. Após a autorização, foram acessados os prontuários das vitimas, registrados pelos socorristas no período do dia primeiro ao dia dezessete de Março de 2008. Durante sete dias no período da manhã, as pesquisadoras estiveram no Batalhão do Corpo de Bombeiros GSE do Setor Aeroporto realizando a coleta dos dados. A coleta teve como base um roteiro, onde constaram informações como: sexo, idade, tipo de acidente, gravidade do trauma, nível de consciência e qual tipo de atendimento prestado.
Entre os atendimentos prestados em todos os casos foram utilizados os suportes básicos de vida que constam de ferramentas tais como: colar cervical, imobilização de MMSS e MMII, bandagem, prancha longa, prancha curta, entre outras. O suporte avançado de vida foi utilizado em apenas dezoito casos e utilizam além das ferramentas do suporte básico, oxigenioterapia, entubação, medicamentos.
O profissional fisioterapeuta é especialista em biomecânica, sendo assim apto a prestar um adequado atendimento tendo em vista que sabe qual o melhor posicionamento para atendimento e remoção da vitima sem agravar sua lesão. Assim como a melhor forma do socorrista se posicionar para os manuseios da vitima sem gerar, futuras patologias tais como: bursites, síndrome do impacto, lombalgias, hérnia, tendinites.
Durante a sua formação o fisioterapeuta adquire conhecimentos que o permitem atuar preventivamente nos atendimentos de urgência e emergência, são esses: treinamento especifico em reanimação cardiopulmonar, atadura, bandagem, mobilização, posicionamento, transferências, além de conhecimento das técnicas de primeiros socorros, viabilizando assim sua atuação junto à equipe de socorristas.
Com o presente estudo confirmou-se a possibilidade de atuação do fisioterapeuta em uma equipe de primeiros socorros, visto que o mesmo possui conhecimentos específicos e possui as habilidades necessárias que o capacitam a prestar o devido atendimento às vitimas.
A importância do fisioterapeuta em uma equipe de socorristas se dá aos conhecimentos que o capacitam não só a prestar um devido atendimento a vitima como também atuar preventivamente junto à equipe impedindo complicações futuras que possam interferir na saúde e qualidade de vida do socorrista.
Fonte do Estudo: Inserção do fisioterapeuta em uma equipe de primeiros socorros