IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO FISIOTERAPEUTICA



A avaliação fisioterápica é a chave principal na condução de um tratamento, onde o fisioterapeuta pode explorar o atual estado físico do paciente tornando compreensível o que ele diz e demonstra sobre a sua lesão ou patologia. Os distúrbios musculoesqueléticos serão avaliados nos aspectos da análise da função articular (mobilidade e força muscular) e seu funcionamento, mensurados e quantificados, complementando a anamnese e o diagnóstico médico.
De acordo com Pinto e Cyrillo, 2007, tal conduta não visa em nenhum momento realizar o diagnóstico médico, mas sim, o fisioterapêutico, que engloba aspectos e características particulares, e que está baseado na anatomia, biomecânica, cinesiologia e fisiologia para determinar as possibilidades de etiologia do problema.
Tendo em vista a individualidade biológica de cada ser humano, não consideramos que todos os pacientes, com distúrbios semelhantes, sejam enquadrados em um modelo padrão de abordagem terapêutica. O objetivo de uma avaliação inicial em nosso serviço é buscar o diagnóstico diferencial, ou seja, identificar outras vertentes que levam à queixa do paciente, considerando as atividades exercidas durante seu trabalho, lazer ou mesmo esportiva.

Luxação: o que é, Causas, Tratamentos, Prevenção

Resultado de imagem para luxação

Uma luxação ocorre quando um osso desliza para fora de uma articulação. Por exemplo, o topo do osso do seu braço se encaixa em uma articulação no seu ombro. Quando desliza ou sai dessa articulação, você tem um ombro deslocado. Você pode deslocar quase qualquer articulação do corpo, incluindo o joelho, o quadril, o tornozelo ou o ombro.
Uma vez que um deslocamento significa que seu osso não está mais onde deveria estar, você deve tratá-lo como uma emergência e procurar atendimento médico o mais rápido possível. Uma luxação não tratada pode causar danos aos seus ligamentos, nervos ou vasos sanguíneos.

O que Causa uma Luxação?

Luxações normalmente resultam quando uma articulação experimenta um impacto inesperado ou desequilibrado. Isso pode acontecer se você cair ou sofrer um impacto violento na área afetada. Depois que uma articulação se desloca, é mais provável que ela se desloque novamente no futuro.

Quem Está em Risco de uma Luxação?

Qualquer um pode deslocar uma articulação se ela cair ou sofrer algum outro tipo de trauma. No entanto, os idosos tendem a ter um risco maior, especialmente se não têm mobilidade ou são menos capazes de prevenir quedas.
As crianças também podem estar em maior risco de deslocamentos se não estiverem supervisionadas ou brincarem em uma área que não tenha sido protegida por crianças. Aqueles que praticam comportamentos inseguros durante atividades físicas se colocam em maior risco de acidentes, como deslocamentos.

Quais são os Sintomas de uma Luxação?

Na maioria dos cenários, você poderá ver facilmente um deslocamento. A área pode estar inchada ou parecer machucada. Você pode perceber que a área está vermelha ou descolorida. Pode também ter uma forma estranha ou ser deformada como resultado da luxação.
Alguns dos outros sintomas associados a articulações deslocadas incluem:

  • Perda de movimento
  • Dor durante o movimento
  • Dormência ao redor da área
  • Sensação de formigueiro

Como o Diagnóstico da Luxação é Feito?

Pode ser difícil determinar se o seu osso está quebrado ou se ocorreu uma luxação. Você deve ir a uma sala de emergência o mais rápido possível.
Seu médico examinará a área afetada. Ele verificará a circulação na área, a deformidade e se a pele está quebrada. Se o seu médico acredita que você tem um osso quebrado ou uma luxação, ele pedirá um raio X. Ocasionalmente, imagens especiais, como uma ressonância magnética, podem ser necessárias. Essas ferramentas de imagem permitirão que seu médico veja exatamente o que está acontecendo na articulação ou no osso envolvido.

Como uma Luxação é Tratada?

A escolha do tratamento pelo seu médico dependerá de qual articulação você deslocou. Pode também depender da gravidade do seu deslocamento. De acordo com a Universidade Johns Hopkins, o tratamento inicial para qualquer luxação envolve o RICE: Rest, Ice, Compression, and Elevation. Em alguns casos, a articulação luxada pode voltar ao lugar naturalmente após esse tratamento.
Se a articulação não retornar ao normal naturalmente, seu médico poderá usar um dos seguintes tratamentos:

  • Manipulação ou reposicionamento
  • Imobilização
  • Medicação
  • Reabilitação
  • Manipulação
Neste método, o seu médico irá manipular ou reposicionar a articulação de volta no lugar. Você receberá um sedativo ou anestésico para permanecer confortável e também para permitir que os músculos próximos à sua articulação relaxem, o que facilita o procedimento.

Imobilização

Depois que sua articulação retornar ao seu devido lugar, seu médico poderá pedir que você use uma funda, tala ou molde por várias semanas. Isso impedirá que a articulação se mova e permita que a área se recupere completamente. O período de tempo que sua articulação precisa para ficar imóvel varia, dependendo da articulação e gravidade da lesão.

Medicação

A maior parte da sua dor deve desaparecer depois que a articulação retorna ao seu devido lugar. No entanto, seu médico pode prescrever um analgésico ou um relaxante muscular se você ainda estiver sentindo dor.

Cirurgia

Você só precisará de cirurgia se o deslocamento danificar seus nervos ou vasos sangüíneos, ou se seu médico não conseguir devolver seus ossos à sua posição normal. A cirurgia também pode ser necessária para aqueles que costumam deslocar as mesmas articulações, como os ombros. Para evitar a deslocação, pode ser necessário reconstruir a junta e reparar quaisquer estruturas danificadas. Na ocasião, uma articulação deve ser substituída, como uma prótese de quadril.

Reabilitação

A reabilitação começa depois que o seu médico reposiciona ou manipula corretamente a articulação na posição correta e remove a funda. Você e seu médico planejarão um plano de reabilitação que funcione para você. O objetivo da reabilitação é aumentar gradualmente a força da articulação e restaurar sua amplitude de movimento. Lembre-se, é importante ir devagar para não se machucar antes que a recuperação seja concluída.

Como Posso Evitar uma Luxação?

Você pode evitar uma luxação se praticar um comportamento seguro. Dicas gerais para evitar deslocamentos incluem:

  • Use corrimãos ao subir e descer escadas.
  • Mantenha um kit de primeiros socorros na área.
  • Use esteiras antiderrapantes em áreas molhadas, como banheiros.
  • Mova os cabos elétricos do chão.
  • Evite o uso de tapetes.

Para evitar que as crianças tenham possíveis deslocamentos, considere praticar o seguinte:

  • Ensine comportamentos seguros às crianças.
  • Assista e supervisione as crianças conforme necessário.
  • Certifique-se de que sua casa é segura para crianças e segura.
  • Coloque portões nas escadas para evitar quedas.
  • Se você é um adulto e quer se proteger de deslocamentos, você deve:
  • Use roupas ou roupas de proteção ao realizar atividades físicas, como esportes.
  • Remova os tapetes do chão ou substitua-os por tapetes antiderrapantes.
  • Evite ficar em cima de itens instáveis, como cadeiras.

Quanto Tempo Demora a Recuperação?

Cada luxação tem seu próprio tempo de cura exclusivo. A maioria das pessoas experimenta uma recuperação completa em várias semanas. Para algumas articulações, como quadris, a recuperação total pode levar vários meses ou anos e pode exigir cirurgias adicionais.
Se o seu deslocamento recebeu tratamento imediato, é provável que não se agrave em uma lesão permanente. No entanto, é importante lembrar que a área será fraca e terá mais chances de se deslocar no futuro.
O tempo de cicatrização também será maior se os vasos sanguíneos ou nervos forem danificados no deslocamento. Na ocasião, os vasos sanguíneos que fornecem os ossos são permanentemente danificados.
Se a luxação é grave ou não é tratada a tempo, pode haver problemas permanentes, como dor persistente ou a morte celular de partes do osso ao redor da articulação.

Fonte: OPAS

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA


A ventilação mecânica, ou suporte ventilatório, consiste em um método de tratamento para pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada. Tem por objetivos, além da manutenção das trocas gasosas, ou seja, correção da hipoxemia e da acidose respiratória associada à hipercapnia: aliviar o trabalho da musculatura respiratória que, em situações agudas de alta demanda metabólica, está elevado; reverter ou evitar a fadiga da musculatura respiratória; diminuir o consumo de oxigênio, dessa forma reduzindo o desconforto respiratório; e permitir a aplicação de terapêuticas específicas.
Em certa época a VM era utilizada somente em procedimentos de emergência em reanimação ou, em última instância, no tratamento do paciente crítico, hoje a ventilação pulmonar mecânica é um método de suporte respiratório ao paciente, podendo ser utilizada até mesmo preventivamente (VNI) porém, não constituindo uma terapia curativa. Porém, o emprego da ventilação mecânica implica riscos próprios, devendo sua indicação ser prudente e criteriosa, e sua aplicação cercada por cuidados específicos.
1 Classificação
Atualmente, classifica-se o suporte ventilatório em dois grandes grupos:
• Ventilação mecânica invasiva;
• Ventilação não invasiva.
Nas duas situações, a ventilação artificial é conseguida com a aplicação de pressão positiva nas vias aéreas. A diferença entre elas fica na forma de liberação de pressão: enquanto na ventilação invasiva utiliza-se uma prótese introduzida na via aérea, isto é, um tubo oro ou nasotraqueal (menos comum) ou uma cânula de traqueostomia, na ventilação não invasiva, utiliza-se uma máscara como interface entre o paciente e o ventilador artificial.
Neste artigo falaremos com mais profundidade sobre a ventilação mecânica invasiva. Os tipos de ciclagem, os parâmetros a serem observados e os principais cuidados com o paciente em VM.

Objetivo fisiológico da ventilação mecânica
  • Manter ou modificar a troca gasosa pulmonar:
  • Ventilação alveolar (PaCO2 e pH): Em certas circunstâncias, o objetivo pode ser aumentar a ventilação alveolar (hiperventilação para reduzir a pressão intracraniana) ou reduzir a ventilação alveolar de maneira controlada (hipercapnia permissiva); porém, o objetivo usualmente adotado é normalizar a ventilação alveolar.
  • Oxigenação arterial (PaO2, SaO2, CaO2): O objetivo é atingir e manter valores aceitáveis de oxigenação arterial (PaO2 > 60 mmHg, SaO2> 90%). A oferta de oxigênio aos tecidos (D’O2) deve ser considerada, corrigindo fatores como o conteúdo arterial de oxigênio (hemoglobina) e o débito cardíaco.
  • Aumentar o volume pulmonar:
  • Insuflação  inspiratória final: visa prevenir ou tratar atelectasia;
  • Otimizar a Capacidade Residual Final (CRF): Utilizar a PEEP em situações em que a redução na CRF pode ser prejudicial (redução da PaO2, maior injúria pulmonar), como na SARA e em pós-operatório com dor;
  • Reduzir o trabalho respiratório muscular.

     Objetivos clínicos da ventilação mecânica
  • Reverter a hipoxemia, aumentando a ventilação alveolar, o volume pulmonar e a oferta de oxigênio;
  • Reverter a acidose respiratória aguda;
  • Prevenir ou reverter atelectasia;
  • Reverter fadiga dos músculos respiratórios;
  • Permitir sedação, anestesia ou uso de bloqueadores neuromusculares;
  • Reduzir consumo de oxigênio sistêmico e miocárdico;
  • Reduzir pressão intracraniana (PIC);
  • Estabilizar caixa torácica.
     Princípios da ventilação mecânica
    A VM se faz através da utilização de aparelhos que, intermitentemente, insuflam as vias respiratórias com volumes de ar (volume corrente). O movimento do gás para dentro dos pulmões ocorre devido à geração de um gradiente de pressão entre as vias aéreas superiores e o alvéolo.
    Para tanto, existem alguns fatores que devem ser controlados durante a VM:
  • FiO2 (concentração de oxigênio): necessária para manter uma taxa arterial de oxigênio (PaO2) adequada. O FiO2 inicial em qualquer paciente que é introduzido na ventilação mecânica deve ser de 100%. Esse valor deve ser alterado de acordo com a evolução do paciente até alcançar os valores de oferta de O2 em ar ambiente, que é de 21%.
  • Volume corrente (VC): é o volume de ar que deve ser administrado ao paciente em cada ciclo respiratório. O volume ideal para cada paciente é calculado multiplicando o peso aproximado do paciente por 6-8.
  • Fluxo inspiratório (V): é a velocidade em que o ar será administrado. Quanto maior o fluxo maior a velocidade que o volume corrente será administrado. O fluxo deve ficar entre 40 e 60 L/min.
  • Frequência respiratória (FR): é a quantidade de ciclos respiratórios realizados em um minuto. São resultado do tempo inspiratório (Ti) e o tempo expiratório (Te). A Fr deve ser programada de acordo com a necessidade do paciente, sendo reduzida até que o ventilador não seja o responsável pelos disparos de cada ciclo.
  • Tempo inspiratório (Ti): é o tempo em que ocorre a insuflação do pulmão. Depende dos valores do fluxo. Quanto maior o fluxo, menor será o Ti.
  • Tempo expiratório (Te):é o tempo de desinsuflamento pulmonar. Pode ser definido pelas necessidades metabólicas do paciente como através da programação prévia do ventilador.
  • Relação I:E: é a relação entre o tempo inspiratório e o tempo expiratório. Em geral, o valor normal da relação I:E é de 1:2, podendo ser alterado de acordo com a necessidade do paciente. Contudo, o tempo inspiratório nunca deve ser maior que o tempo expiratório.
  • PEEP: é a pressão expiratória final que fica dentro do alvéolo. Quando um paciente está em um ventilador mecânico, é necessário que a PEEP seja mantida para evitar o colabamento dos alvéolos. O valor fisiológico da PEEP é de 5 cmH2O e esse deve ser o valor programado no ventilador.
  • Pressão inspiratória: é a pressão máxima que deve ser exercida internamente na caixa torácica, esta não deve ultrapassar o valor de 40 cmH2O.
  • Sensibilidade: nível de pressão ou fluxo predeterminado que deve ser atingido para que seja feito o disparo que irá iniciar a inspiração. A sensibilidade permite que o paciente entre em conjunto com a máquina nos disparos inspiratórios. Quanto maior a sensibilidade, maior a facilidade do paciente realizar um disparo.
  • Volume minuto: é a quantidade de ar que foi administrado ao paciente durante um minuto. É o produto do volume corrente pela frequência respiratória.
    Assim, o princípio do ventilador mecânico é gerar um fluxo de gás que produza determinada variação de volume com variação de pressão associada. As variações possíveis para esta liberação de fluxo são enormes e, com o progresso dos ventiladores microprocessados, as formas de visualizar e controlar o fluxo, o volume e a pressão estão em constante aprimoramento. Atualmente, a maior parte dos ventiladores artificiais apresenta telas nas quais se podem visualizar as curvas de volume, fluxo e pressão ao longo do tempo, assim, serão apresentadas, neste capítulo, as definições das modalidades ventilatórias usando esquemas representativos das curvas.

     Ciclo ventilatório
    O ciclo ventilatório durante a ventilação mecânica com pressão positiva pode ser dividido em:
  • Fase inspiratória: Corresponde à fase do ciclo em que o ventilador realiza a insuflação pulmonar, conforme as propriedades elásticas e resistivas do sistema respiratório. Válvula inspiratória aberta;
  • Mudança de fase (ciclagem): Transição entre a fase inspiratória e a fase expiratória;
  • Fase expiratória: Momento seguinte ao fechamento da válvula inspiratória e abertura da válvula expiratória, permitindo que a pressão do sistema respiratório equilibre-se com a pressão expiratória final determinada no ventilador;
  • Mudança da fase expiratória para a fase inspiratória (disparo): Fase em que termina a expiração e ocorre o disparo (abertura da válvula ins) do ventilador, iniciando novo ciclo.
    6 Ciclagem dos ventiladores
    É o modo pelo qual os ciclos ventilatórios são disparados/ciclados. São classificados em quatro modalidades de acordo com o início da inspiração.
  • Ciclados à tempo: a inspiração termina de acordo com um tempo predeterminado. A quantidade de gás ofertada e a pressão nas vias aéreas vão variar, a cada respiração, dependendo das modificações da mecânica pulmonar.
  • Ciclados à pressão: a inspiração cessa quando é alcançada a pressão pulmonar máxima programada. Os volumes oferecidos irão variar de acordo com as mudanças da mecânica pulmonar. Contudo, o volume minuto não é garantido.
  • Ciclados à volume: a inspiração termina assim que o volume corrente programado é administrado.
  • Ciclados à fluxo: a inspiração termina assim que um determinado fluxo é alcançado.
    7 Modos ventilatórios
  • Modo controlado: Neste modo, fixa-se a freqüência respiratória, o volume corrente e o fluxo inspiratório. O inicio da inspiração (disparo) ocorre de acordo com a freqüência respiratória pré-estabelecida. A transição entre a inspiração e a expiração (ciclagem) ocorre após a liberação do volume corrente pré-estabelecido em velocidade determinada pelo fluxo. Na ventilação controlada, o volume-minuto é completamente dependente da freqüência e do volume corrente do respirador. Nenhum esforço respiratório do paciente irá contribuir para o volume-minuto. Entre suas indicações estão os pacientes que não conseguem realizar esforço respiratório (traumatismo raquimedular, depressão do SNC por drogas, bloqueio neuromuscular). A combinação de ventilação controlada e bloqueio neuromuscular possibilita a redução do consumo de oxigênio, sendo freqüentemente empregada em pacientes com SARA. Adicionalmente, esta combinação, especialmente quando associada à hipercapnia permissiva, é utilizada para a redução do volutrauma em pacientes com SARA e, também, para a diminuição do barotrauma em asmáticos difíceis de ventilar.
  • Modo assistido controlado: No modo assisto-controlado, o ventilador “percebe” o esforço inspiratório do paciente e “responde” oferecendo-lhe um volume corrente predeterminado. Esse esforço inspiratório deve ser o necessário para vencer o limiar de sensibilidade da válvula de demanda do ventilador, desencadeando, a partir daí, a liberação do volume corrente. Nesta situação, a freqüência respiratória pode variar de acordo com o disparo decorrente do esforço inspiratório do paciente, porém mantêm-se fixos tanto o volume corrente como o fluxo. Caso o paciente não atinja o valor pré-determinado de sensibilidade para disparar o aparelho, este manterá ciclos ventilatórios de acordo com a freqüência respiratória mínima indicada pelo operador.
  • Ventilação mandatória intermitente (SIMV): A intervalos regulares, o respirador libera um volume previamente determinado. Fora destes ciclos, o paciente respira espontaneamente através do circuito do ventilador, portanto, com freqüência e volume corrente que variarão de acordo com a necessidade e capacidade individuais. Ao contrário do modo assisto-controlado, na SIMV não existe uma sensibilidade a ser vencida.
  • Pressão de suporte: Este é um modo de ventilação mecânica espontânea, ou seja, disparado e ciclado pelo paciente, em que o ventilador assiste à ventilação através da manutenção de uma pressão positiva pré-determinada durante a inspiração até que o fluxo inspiratório do paciente reduza-se a um nível crítico, normalmente 25% do pico de fluxo inspiratório atingido. Isto permite que o paciente controle a freqüência respiratória e o tempo inspiratório e, dessa forma, o volume de ar inspirado. Assim, o volume corrente depende do esforço inspiratório, da pressão de suporte pré-estabelecida e da mecânica do sistema respiratório. Pode ser adicionada ao suporte ventilatório total ou parcial (SIMV), vencendo a resistência do tubo e do circuito durante a respiração espontânea.
  • CPAP: é a ventilação espontânea contínua assistida por um ventilador. Neste modo, o ventilador mantém uma pressão positiva durante todo o ciclo respiratório, tanto da inspiração como na expiração.

    8 Estratégia inicial de uso
    A modalidade inicial da ventilação mecânica deve ser preferencialmente assitido-controlada. Os parâmetros deverão ser ajustados inicialmente como protocolo a seguir:
  • FiO2: 100% – Recomenda-se que no início do suporte ventilatório seja ofertado o valor máximo de concentração de oxigênio, que posteriormente deverá ser adequado de acordo com o quadro do paciente, reduzindo a FiO2 mais segura, em torno de 50% objetivando uma concentração de O2 suficiente para manter uma SpO2 > 90%.
  • Frequência Respiratória: 8-12 rpm – O valor estabelecido após os primeiros momentos de suporte ventilatório deverá estar de acordo com parâmetros como a PaCO2 e pH desejados podendo variar e chegar a níveis de até 20 irpm. Porém deve-se tomar cuidados para com o desenvolvimento de auto-PEEP em altas frequências.
  • Volume Corrente: 6-8 ml/Kg – Valores baseados em 8ml/Kg geralmente são satisfatórios, porém variações de acordo com determinados quadros são necessárias. Em SARA, por exemplo, não raro é necessário basearmos o volume corrente em 5ml/Kg e em quadros de pulmões mais estáveis poderemos chegar a volumes baseados em até 12ml/Kg. É prudente, além de calcular-se adequadamente o VC, evitando que a pressão inspiratória ultrapasse 35cmH2O como padrão de segurança inicial.
  • Fluxo: 40-60 L/min – Nos ciclos controlados, um fluxo entre 40 e 60l/min geralmente é suficiente, podendo chegar a níveis de até 90l/min.
  • Relação I:E: de 1:1,5 a 1:2 com tempo inspiratório de 0,8 a 1,2 s. Em pacientes obstrutivos recomenda-se uma relação I:E < 1:3.
  • PEEP: 5 cmH2O – Iniciando a ventilação com PEEP em torno de 5cmH2O, recomenda-se aumenta-la progressivamente objetivando manter uma SpO2 satisfatória (>90%). A monitorização hemodinâmica é recomendada após 15cmH2O.
  • Sensibilidade: 1 cmH2O – Iniciando a ventilação com PEEP em torno de 5cmH2O, recomenda-se aumenta-la progressivamente objetivando manter uma SpO2 satisfatória (>90%). A monitorização hemodinâmica é recomendada após 15cmH2O.
    Os ajustes posteriores dependerão da evolução do paciente, que pode evoluir para um desmame como regredir para uma ventilação mecânica do modo controlado.
Referências
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia; Associação de Medicina Intensiva Brasileira. II Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica. J Bras Pneumol. 2000, 26(Supl 2)
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia; Associação de Medicina Intensiva Brasileira. III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica. J Bras Pneumol. 2007, 33 (Supl 2)
Por : Jordanne Henrique
Fonte: O que é fisioterapia

Fisioterapia respiratória na pediatria – Por Margarete Lindgren

Os hábitos de vida atuais acabam favorecendo e facilitando que as crianças contraiam cada vez mais doenças.
A alimentação totalmente desequilibrada gera um sistema imunológico fraco, a falta de realização de atividade física deixa a criança mais susceptível a doenças cardíacas e respiratórias. As doenças respiratórias são as mais acometidas, em especial a bronquiolite, pneumonia e asma.
Os objetivos da fisioterapia respiratória em pediatria:

  • Melhorar a oxigenação

  • Melhorar a troca gasosa

  • Melhorar a ventilação pulmonar

  • Eliminar secreções pulmonares

  • Diminuir o trabalho respiratório

  • Aumentar a mobilidade torácica

  • Fortalecer a musculatura respiratória

  • Melhorar a expansão pulmonar

  • Prevenir complicações originados da internação/intubação

  • Acelerar a recuperação

Existem várias técnicas de fisioterapia respiratória em pediatria utilizadas constantemente para o tratamento de crianças com disfunções respiratórias.

As principais técnicas são descritas a seguir:

Drenagem Postural

A drenagem postural utiliza várias posturas para conduzir as secreções dos brônquios em direção as vias áreas centrais utilizando a ajuda da lei da gravidade.

Manobras de higiene brônquica

Dentro da fisioterapia existem algumas técnicas manuais específicas para tratamento de doenças respiratórias, chamadas manobras de higiene brônquica. São elas:

Percussão

É uma manobra em que se utiliza as mãos em forma de concha ou ventosa para percutir a região dos pulmões, de forma ritmada ou compassada. A percussão é realizada de preferência em decúbito dorsal ou lateral.

Vibração

A vibração é uma técnica em que movimentos oscilatórios são aplicados manualmente no tórax do paciente.

Aumento do fluxo expiratório

Técnica que tem como objetivo mobilizar e eliminar secreções de vias aéreas proximais. O volume de ar produzido pela pressão manual sob o tórax da criança promove o deslocamento das secreções presentes na via área.

Expiração lenta e prolongada

Manobra de higiene brônquica que tem como objetivo mobilizar e deslocar secreções de vias aéreas periféricas para vias aéreas proximais.

É realizado com um prolongamento de uma expiração espontânea, através de uma pressão manual exercida de forma contínua sobre o tórax e o abdome.

Técnicas de auxílio a tosse

Caso o paciente possua alguma dificuldade em tossir, o fisioterapeuta pode auxiliá-lo utilizando uma técnica chamada tosse assistida, um conjunto de recursos que tem como objetivo potencializar a tosse para favorecer a retirada das secreções.

Utilização de incentivadores respiratórios

Incentivadores respiratórios são aparelhos utilizados para realização de exercícios que tem como objetivo o fortalecimento da musculatura respiratória, reexpansão pulmonar e aumento da permeabilidade das vias aéreas.

Técnicas de reexpansão pulmonar

As técnicas de reexpansão são utilizadas para aumentar a expansibilidade toracopulmonar, a complacência, a ventilação, o volume corrente e aumentar as capacidades pulmonares. Além disso as manobras melhoram a oxigenação, aumentam a força muscular dos músculos respiratórios, reverte atelectasias e auxilia a remoção de secreções brônquicas devido ao aumento do fluxo aéreo.

Técnicas de reeducação respiratória

A reeducação respiratória começa com a consciencialização da mecânica ventilatória, dos tempos respiratórios e da orientação da forma correta de inspiração nasal e expiração oral.

Vantagens e benefícios da fisioterapia respiratória em pediatria

A fisioterapia respiratória pediátrica auxilia na manutenção das vias aéreas com o uso de técnicas especializadas que promovem a mobilização de secreções, melhora da mobilidade muscular e da função dos músculos respiratórios.

A fisioterapia respiratória pediátrica também atua evitando os efeitos deletérios causados pela inatividade do paciente acamado, mantendo a força muscular, prevenindo encurtamentos e contraturas musculares e prevenindo a formação de escaras.

Fisioterapeuta Margarete Lindgren
Crefito 33049F